A gastronomia tem algumas pedras preciosas — ingredientes raros desejados em todo o mundo e que, por isso, alcançam altos preços no mercado internacional. Juntamente às trufas brancas da Itália, ao açafrão e ao caviar Beluga, faz parte dessa lista a carne Wagyu. Considerada a melhor carne do mundo, essa iguaria vem ganhando fama no Brasil e conquistando cada vez mais admiradores.
O gado Wagyu é originário do Japão, mais precisamente da região de Kobe. Além de o boi ter características genéticas especiais, grande parte do valor desse ingrediente é consequência da forma como esses animais são criados, com alimentação diferenciada e cuidados especiais. O resultado é uma carne extremamente macia e saborosa, com grande quantidade de gordura.
Para saber mais sobre essa iguaria tão desejada, confira abaixo as particularidades e curiosidades sobre a criação do Wagyu e o motivo de essa se tornar a carne mais cara do planeta. Boa leitura!
No Japão, a criação dos animais da raça Wagyu obedece a rituais que se assemelham a tratamentos oferecidos em spas de luxo.
Por lá, o gado é alimentado com grãos especiais, como cevada e trigo, e recebe cerveja como parte da dieta, para estimular seu apetite. Além disso, os bois ganham massagens e escovações com saquê, têm direito à música clássica como trilha sonora e ficam em locais com aquecimento, para uma maior sensação de bem-estar.
Para manter a sua carne suave e com alta taxa de gordura, esse gado não pode pastar, e é mantido em confinamento durante toda a sua vida.
A característica mais importante desse produto é o marmoreio, ou seja, a gordura entremeada entre as fibras. Esse é o aspecto pelo qual a carne é reconhecida e que faz com que ela tenha uma textura tão macia a ponto de se desmanchar na boca.
O marmoreio é medido em uma escala, que vai de 1 a 12, determinando a qualidade e o preço da carne.
Além de conferir suculência, essa gordura presente na carne Wagyu é considerada boa, não saturada, com alta concentração de ômega 3 e 6, o que faz com que esse seja um ingrediente bastante saudável.
A carne da raça Angus também é considerada um produto nobre, mas tem algumas diferenças significativas em relação à Wagyu.
O boi Angus tem origem britânica. É mais adaptado a climas frios e tem, por predisposição genética, uma carne com boa porcentagem de gordura e bastante maciez e sabor. Já o boi Wagyu, além de se adequar mais facilmente a outros climas, produz um marmoreio consideravelmente maior, atingindo, por isso, valores mais altos no mercado.
Em outros locais do mundo para onde a raça foi levada (o Brasil é um exemplo), a criação não segue tantos rituais como no Japão. Por isso, o resultado é uma carne menos exclusiva e com preços mais acessíveis, mas ainda de altíssima qualidade.
O gado Wagyu foi trazido para o país há cerca de duas décadas. Sua carne produzida em solo nacional, ainda por um rebanho bem reduzido, costuma ser classificada entre os níveis 4 e 6 de marmoreio, podendo chegar a 8.
Para produzir e comercializar essa carne no Brasil, é preciso aderir a regras de rotulagem e a um sistema de rastreabilidade, implementados para garantir a origem do produto.
Por tudo isso, a carne Wagyu não é um produto para ser consumido a qualquer momento. Sendo naturalmente macia e suculenta, ela é ideal para ser preparada com pouco tempero e apenas levemente grelhada, para se aproveitar ao máximo o seu sabor e textura tão especiais, seja em um hambúrguer caprichado ou um filé perfeito.
Enfim, gostou do post? Quer saber mais sobre carnes e como incrementar o hambúrguer do fim de semana? Então aproveite para aprender a preparar um blend de carne perfeito!