Uncategorized

O que fazer em Matsumoto no Japão?

Compartilhar

Os primeiros dias em Tóquio foram incríveis e acelerados. Reduzimos a marca após a ida ao Fuji, e seguimos para Nagano para ver macacos na neve!

A prefeitura de Nagano na região central do Japão possui paisagens naturais deslumbrantes, castelos famosos e santuários de tirar o fôlego. A “capital” é uma pequena cidade na região central do Japão cercada por montanhas.

Também existem muitos edifícios históricos em Nagano. O Castelo Matsumoto é um deles. Além disso, existem santuários e templos com longa história, como o Santuário Suwa Taisha, o Templo Zenko-ji ou o Santuário Togakushi.

Nossa ida até a região foi bem tranquila! Saímos de Tóquio, e num pulo estávamos cercados por um cenário totalmente diferente.

Chegando até Nagano

Estação de trem de Nagano

O Hokuriku Shinkansen conecta Tóquio e Nagano em apenas duas hora. É possível fazer um bate volta de Tóquio, mas preferimos passar a noite em Nagano e visitar Jigokudani no dia seguinte para aproveitar o tempo sem pressa.

Chegamos ao Smile Hotel Nagano, deixamos as malas e voltamos para a Nagano Station para pegar o JR Shinano até Matsumoto (51 min).

Chegamos na cidade de Matsumoto com fome. Antes de visitar o Castelo Matsumoto, um dos quatro castelos considerados tesouros nacionais no Japão. fomos até o restaurante Kobayashi para almoçar.

Kobayashi: Experimentamos Udon Frio

Kobayashi Soba

Kobayashi Soba fica escondido entre templos e árvores. Quando você entra pelas portas de correr, é recebido por um ambiente rústico e caloroso.

O restaurante tem fama de atender até mesmo a família imperial japonesa e por isso esperava preços muito altos. Felizmente este não foi o caso. Um prato com macarrão artesanal, tempura fresco, vegetais e sopa saiu por pouco menos de 2.000 ienes.

A estrela da minha refeição foi o wasabi. A maior parte do wasabi que comemos no Brasil é na verdade uma mistura de rábano e corante verde, e é por isso que tem um sabor tão forte. O wasabi REAL é mais raro, doce e perfumado. No Kobayashi recebemos um prato com wasabi fresco, cebola, rabanete e um ralador para temperar o molho.

Pedi um combo de soba frio com pato e tempura que valeu cada centavo! Estranhei comer frio mas o macarrão, feito na hora, possui uma textura incrível. O tempura crocante fez um contraste agradável ao soba.

Ao terminar, misturei o conteúdo do pote vermelho de soba-yu (a água em que o macarrão foi cozido) com o resto do molho e fiz uma sopa.

Castelo Matsumoto

O Castelo de Matsumoto é único de maneiras diferentes. Primeiro, é um dos dois “castelos corvos” no Japão (o outro está em Okayama), assim nomeado por suas paredes negras. É também um dos quatro considerados tesouros nacionais do Japão (os outros três estão em Inuyama, Himeji e Hikone.) Além disso, é um dos poucos que não está em uma colina ou de alguma forma “elevado” da terra circundante.

O castelo foi construído nos séculos XVI-XVII e está quase em sua condição original (foi restaurado, mas não reconstruído). E o mais importante: foi o castelo de Tokugawa Ieyasu, o grande shogun que unificou e centralizou o Japão no século XVII, começando o período Edo que mudou o centro político de Kyoto para Tóquio.

O castelo pode ser visitado por dentro, mas se você estiver com pouco tempo, os jardins e fossos ao seu redor são gratuitos e oferecem uma vista maravilhosa do edifício.

Mas se quiser testemunhar como samurais defendiam um forte como este, é possível entrar no castelo por 610 ienes. Leve em conta que o castelo de batalha não está decorado por dentro, exceto por algumas salas com armas e mapas,.

O passeio dura cerca de uma hora (apenas o prédio), sem elevador nem escadas rolantes. E você deve fazê-lo descalço (eles fornecem bolsas para levar seus sapatos), subindo os 6 pisos de madeira.

Cada andar é conectado ao próximo por escadas. Eles foram projetados para impedir o cerco, o que significa subir degraus com 40 cm de altura em um ângulo de até 60% com muito pouco espaço para os pés. Eu me pergunto como Samurais armados conseguiam se locomover rapidamente!

Cada andar é único e com muitas placas em inglês explicando as diferenças. Mas o melhor está no topo, com vistas muito interessantes nas 4 direções, tanto da cidade quanto dos Alpes japoneses. A única coisa é que no final você tem que descer pelas mesmas escadas …

O que mais ver em Matsumoto, além do castelo

Ao redor do castelo, nos jardins circundantes:

  • O museu da cidade de que falei antes. Não é uma exibição incrível, mas se você tiver tempo sobrando, o ingresso é gratuito na entrada do castelo.
  • Taiko-mon (Portão Tambor), uma reprodução das originais, entrada gratuita

Perto do castelo, mas fora dos jardins, existem duas pequenas ruas comerciais:

  • Nakamachi, cheia de edifícios tradicionais, restaurantes, izakayas, antiquários e lojas de artesanato
  • Nawate Doori, à beira do rio e cheia de lojas de souvenirs e barracas de comida de rua. Fácil de reconhecer pela estátua de sapo preparado para a batalha

Voltamos no final da tarde e dei um pulo rápido na loja da The Flat Head. Nagano é a sede da marca (que encerrou as atividades esse ano).

Flat Head Store

Fundada em 1996 por Masayoshi Kobayashi, a The Flat Head se inspira na era de ouro da cultura norte-americana. Antes da criação da marca ele administrava uma loja de roupas vintage chamada ‘Desert Hills Market‘.

No início dos anos 90 ele voava até os Estados Unidos para buscar as melhores roupas vintage que pudesse encontrar. Em pouco tempo, o Kobayashi resolveu tentar criar seu próprio jeans para fundir técnicas clássicas de construção e seu próprio olhar.

Há alguns anos atrás, The Flat Head era o mais cobiçado jeans no mundo do raw denim. Era muito mais difícil encontrar marcas japonesas ou calças desse tipo, até mesmo nos Estados Unidos.

Poucas marcas tem calças com caráter e sutileza tão equilibrados como a The Flat Head / RJB. O brilho do tecido é que ele não parece muito diferente quando novo, mas o ganha muita vida quando começa a desbotar.

Agora, eu não sei o que o futuro reserva para a The Flat Head. Visitei a loja em Novembro de 2018 e poucos meses depois pensei que teria sido um dos últimos a conhecer o espaço.

Em Abril de 2019 o fundador resignou sua posição e a marca suspendeu a produção. Logo em seguida, declarou o equivalente a falência no Japão. É o reflexo de mudanças neste nicho de mercado, e assunto para outro post!

A comunidade denim pensou que seria o fim, mas alguns meses depois eles publicaram no site que receberam investimento e agora tem um grupo como sócio. Tudo parece ter voltado ao normal (com exceção do fechamento de três lojas), mas nada é certo.

Tentei comprar algumas camisetas com estampas Hot Rod mas a loja em Nagano não tinha nenhuma no meu tamanho. As numerações maiores eram muito mais limitadas do que a loja em Tóquio, provavelmente pelo perfil mais local dos clientes.

Não fiquei muito tempo na loja porque já me esperavam para jantar em um bar bem próximo!

Red Dragon

O Red Dragon Pub é um pub de estilo britânico. O dono falava inglês e nos explicou que o rico cardápio de cervejas artesanais está em constante mudança. A maioria dessas cervejas é local, com algumas são de outras prefeituras. Foi excelente poder experimentar produtos da região.

Além das locais, também servem Bass Pale Ale, Guinness e Premium Malts. A enorme prateleira de bebidas alcoólicas atrás do bar me leva a acreditar que o barman pode fazer qualquer bebida que você possa imaginar.

Além das cervejas, o bar oferece comida estilo de pub que é extremamente rara fora das cidades maiores que visitei, como Tóquio ou Osaka. Quando você sai de áreas maiores, nota que os bares não-izakaya se tornam cada vez mais raros. Mandei um Fish and Chips!

Se você um dia for a Nagano, eu recomendo visitar este bar para experimentar o que as cervejarias locais estão fazendo.

Com isso encerramos o dia e nos retiramos para recuperar energias. O dia seguinte era um dos mais aguardados da viagem: Parque Jigokudani para ver os macacos tomando banho quente!

Ver Comentários

Publicado por
Lucas Azevedo