O legado de Steve McQueen, uma das maiores estrelas de Hollywood nos anos 1960 e 1970, é definido por seus papéis de anti-herói, em oposição aos mocinhos tradicionais do cinema. Resumir Steve McQueen em astro de Hollywood, no entanto, é pouco para explicar sua importância na cultura popular e o mundo do cinema.
Conhecido por sua boa aparência robusta e apelidado de “The King of Cool”, McQueen alcançou a fama como o capitão inconformista em Fugindo do Inferno, o ladrão de luxo em Thomas Crown e jogador de poker Cincinnati Kid. O que chamava mais atenção era como sua personalidade nas telonas era, de fato seu jeito de ser. Rebelde por natureza, um autêntico espírito livre.
Com um lifestyle repleto de motos, carros e aventuras, suas atitudes e feitos ditaram um novo tipo de herói no cinema. Já se passaram 40 anos desde que McQueen faleceu, e neste post vamos celebrar a carreira icônica deste grande ícone da moda masculina, que influenciou milhões de homens ao longo de décadas.
Abandonado pelos pais, ele teve uma infância pouco convencional. Foi criado pelos avós e com a chegada da Grande Depressão, se mudou para a fazenda de seu tio-avô Claude em Slate, Missouri, Steve McQueen admirava muito o tio, “um homem muito bom, muito forte, muito justo. Aprendi muito com ele.” Claude considerou McQueen como um filho e despertou o interesse do ator por corridas ao presentear o menino com um triciclo vermelho em seu aniversário de quatro anos.
O ator mudou muito de casa durante a infância, e se reuniu com a mãe em Indianápolis depois que ela se casou novamente. McQueen era disléxico e uma infecção no ouvido o deixou parcialmente surdo, prejudicando. Teve bastante dificuldade de se adequadamente à vida de rápidas mudanças, mudando-se de Indianápolis de volta para Slater e, finalmente, para Los Angeles.
Na adolescência, McQueen se perdeu, se envolvendo com gangues locais. Foi pego roubando calotas de carros duas vezes e a mãe de foi persuadida por seu novo marido a enviar o adolescente para um reformatório na California. Na escola, ele finalmente encontrou um lugar para fazer amizades. Foi eleito para o Conselho de Meninos, uma espécie de grupo que definia as políticas para os alunos.
Embora tenha deixado o reformatório aos 16 anos, ele fez amigos para toda a vida. Mais tarde, McQueen desenvolveu uma reputação incomum por exigir itens grátis em massa dos estúdios ao concordar em fazer um filme. Entre os pedidos estavam barbeadores elétricos, jeans e outros itens que ele doava para o reformatório Boys Republic. Ele também voltava de vez em quando, para jogar bilhar e falar sobre suas experiências.
Ao deixar a escola, ele voltou para Nova York, onde conheceu dois marinheiros da Marinha Mercante e se ofereceu para servir em um navio com destino à República Dominicana. No entanto, não foi capaz de encontrar um senso de estabilidade e finalmente desembarcou no Texas, onde fez diversos trabalhos braçais pesados, trabalhou em um circo e foi lenhador.
Aos 17 anos, McQueen se alistou na Marinha e foi enviado para a Ilha Parris para um acampamento de treinamento. Enquanto estava lá, retomou seu comportamento rebelde e foi rebaixado à categoria de soldado raso. Sofreu até mesmo uma prisão militar por 41 dias após tirar uma licença não autorizada para passar duas semanas com a namorada. Com o tempo, acabou se conformando com a rígida disciplina militar e salvou a vida de cinco outros fuzileiros navais durante um exercício no Ártico. Ele foi dispensado com honra em 1950.
A Carolina do Sul foi o destino de McQueen ao final da carreira como fuzileiro naval. Foi mais um período de transição, sem objetivo e frequentes mudanças de emprego. Em 1952, ele finalmente descobriu o que estava destinado a fazer. Com a ajuda de sua então namorada, que era uma aspirante a atriz, e com a ajuda financeira do G.I. Bill, começou a estudar atuação em Nova York.
O primeiro papel de McQueen como ator foi uma ponta em uma produção teatral Iídiche onde teve apenas uma fala. Alguns anos depois, ele foi aceito no prestigioso Actors Studio, mas foi forçado a complementar sua renda competindo em corridas de motocicleta no final de semana em Long Island City Raceway. Foi nessa época que comprou as duas primeiras de muitas motocicletas, uma Harley- Davidson e uma Triumph.
Nessa época, McQueen começou a fazer aparições em produções menores, incluindo Peg o ‘My Heart, The Member of the Wedding e Two Fingers of Pride. Ele fez sua estreia na Broadway em 1955, na peça A Hatful of Rain. Naquele mesmo ano, McQueen deixou Nova York e mudou-se para a Califórnia em busca de oportunidades em Hollywood. Ele foi notado pelo empresário Hilly Elkins, que o aconselhou a começar com filmes B.
O ator fez sua estreia no cinema com uma pequena participação em Somebody Up There Likes Me (dirigido por Robert Wise e estrelado por Paul Newman), mas só experimentou o gosto do estrelato em 1958 com o papel principal na ficção científica filme The Blob, que se tornou um clássico cult. No mesmo ano, ele encabeçou o western da televisão Wanted – Dead or Alive como o caçador de recompensas Josh Randall, que provou ser seu papel de destaque e atraiu muita atenção de Hollywood. O papel solidificou sua personalidade de anti-herói e manteve McQueen empregado de forma constante de 1958 até o início de 1961.
Foi aqui que tudo se deu certo para McQueen. Frank Sinatra retirou Sammy Davis Jr. do filme Never So Few depois que Davis supostamente fez alguns comentários negativos sobre Sinatra e escalou Steve McQueen como Bill Ringa. No ano seguinte, McQueen conseguiu um papel de protagonista em The Magnificent Seven, com Yul Brynner e Charles Bronson, abrindo o caminho para o topo. Ele seguiu com um papel principal naquele que é indiscutivelmente o filme mais icônico de sua carreira, The Great Escape (1963) de John Sturges. O filme baseado na história real da fuga de um campo de prisioneiros de guerra da Segunda Guerra Mundial transformou McQueen em uma das maiores estrelas do país.
Para conhecer mais sobre a vida do ator, eu recomendo os livros abaixo:
Sua carreira no cinema continuou com mais sucessos de bilheteria, incluindo o drama de jogos de azar The Cincinnati Kid (1965) e o western Nevada Smith (1966). McQueen recebeu sua única indicação ao Oscar por seu trabalho em The Sand Pebbles (1966), no papel de um engenheiro naval. Em 1968, ele estrelou outro de seus conhecidos filmes no papel de um policial em Bullitt. O filme é famoso por sua perseguição de carros por San Francisco. Naquele mesmo ano, saiu da zona de conforto com o papel de um executivo rico no romance policial romântico The Thomas Crown Affair, com Faye Dunaway.
O último filme de McQueen foi The Hunter (1980), e ele já havia sido diagnosticado com um tumor no pulmão direito em 1979. Morreu no dia 7 de novembro de 1980, em Ciudad Juarez, México, após uma cirurgia para remover os tumores. McQueen foi cremado e suas cinzas foram espalhadas no Oceano Pacífico.
As estrelas de cinema costumam ser as pessoas que dão uma cara aos desejos coletivos de muitos e refletem mudanças sociais. Na corrida pela mobilidade dos anos 60 e 70, quando muitos sonhavam com meios de transporte cada vez mais rápidos, Steve McQueen foi uma das figuras mais populares da época e incorporou esse novo sentimento. Suas vitórias nas pistas e na tela, bem como suas motocicletas, aviões e carros esportivos, tornaram-se grandes símbolos de mobilidade social e sucesso.
Seu sorriso zombeteiro e olhos azuis diziam tudo. Como seus amados carros de corrida cujos capôs mal conseguiam esconder seus motores potentes, suas roupas eram incapazes de esconder o poder que estava sob elas. Com poucas palavras, McQueen dizia muito, uma prova de seu estilo que trouxe uma mistura única de concentração, descontração e comando, bem como virilidade para a tela prateada. A imprensa, não surpreendentemente, deu a ele o título de Rei do Cool.
A paixão por corridas veio de um anseio que tomou toda uma geração, da qual ele se tornou um símbolo. “Eu não sei por que sou tão famoso“, disse uma vez. “Talvez seja porque as pessoas podem se identificar comigo, já que eu vim da sarjeta.” Certamente, um motivos pelos quais os fãs o amavam era por sua ousadia desenfreada que ele o levou a correr. Ele era a personificação do arquétipo do herói masculino de meados do século XX – em busca de liberdade e aventura.
Ao longo de sua vida, McQueen comprou inúmeras motos. Entre alguns dos modelos estavam uma Triumph Bonneville TR6SC, Suzuki, Husqvarna 400 CR, Indian Chief e Vincent HRD. Nos anos setenta ele começou a colecionar bicicletas clássicas dos anos vinte. Gostava especialmente de uma Vèlosolex 3800, com a qual se divertiu muito durante as filmagens de Le Mans.
Em 1957, Steve McQueen seguiu para os carros de corrida. Seu primeiro Roadster, um Siata 208 S, foi seguido por um Porsche 356 Speedster, depois veio um Lotus Eleven e em seguida o extremamente raro Jaguar XK S5. Em seu 34º aniversário, sua esposa deu-lhe uma Ferrari 250 GT Lusso. Pouco depois, dirigi outra Ferrari exclusiva, a elegante 275 GTS / 4 NART Spyder Cabrio. Em 1969, McQueen expandiu sua coleção de Porsches com um 911S; e depois um 911 Turbo.
Na pista de corrida, Steve McQueen dirigiu os carros mais procurados de sua época. Depois de ficar um pouco cansado de seus Porsches 356 e 911, ele largou com um Cooper T52 na Fórmula Júnior e também correu com um Austin-Healey Sebring Sprite, um Porsche 908 e um 917 em várias corridas. Em corridas no deserto, ele esteve ao volante do Hurst Baja, um buggy off-road feito por Vic Hickey.
Para entender sua obsessão, tente pensar no carro como um meio de sair de si mesmo. “Não há nada tão empolgante quanto corrida de carros e, ao contrário das viagens com drogas, você ainda mantém sua dignidade”, disse Steve McQueen. Embora seus copilotos e oponentes o descrevessem como um motorista altamente concentrado, McQueen estava ciente de que essa paixão tem seu lado irracional: “Quando alguém está tão obcecado, ele não dá ouvidos a ninguém, ele fica chapado com o rugido dos motores”. De alguma forma, também era uma maldição porque na pista de corrida você pode literalmente deixar todos os seus problemas para trás.
O que os cinéfilos admiravam em Steve McQueen não era apenas sua vontade intransigente de progredir, mas também sua autoconfiança e disposição para se diferenciar do sistema e aceitar competir onde a fama não tem nenhum papel: “Adoro o desporto motorizado em todas as suas variações. O cara ao meu lado não se importa quem diabos eu sou. Ele só quer me vencerr. ” Para provar do que era capaz, McQueen não teve medo de fazer o que é necessário quando se trata de automobilismo – aceitar riscos.
Na vida real, Steve McQueem foi a personificação do homem aventureiro. Ex-militar, esportivo, adorava carros e motos e ainda dispensava dublês em cenas de ação.
Foi uma pessoa que gostava de ficar sozinho com seus motores e ninguém tinha nada a ver com isso. Sua paixão por corridas fez com que ele recusasse alguns papéis, e quase desistisse da carreira de ator, para se dedicar ao automobilismo.
Independende do que vestia, ele sempre aparentava conforto. O cara viveu de acordo com suas próprias regras, e nunca deixou de fazer o que gostava. Mais do que aparência, seu estilo vinha da confiança e história de vida.
Sua influência para a moda masculina, ainda mais nos anos 1960, foi incentivar uma geração a vestir roupas mais casuais e esportivas. Jeans, botas, jaquetas de motociclismo, e simples camisetas brancas não eram roupas para o dia-a-dia de um adulto nos anos 1950. Eram roupas de trabalho, de adolescentes e pessoas sem elegância.
Sem cair exatamente em uma única caixa, misturava roupas de mauricinho com as de um renegado. Se vestia de uma forma casual, sóbria, sem exageros. É bastante conhecido pelos óculos escuros Persol, botas, ternos mais justos, calças cáqui, suéteres e cardigans. Além do trio calça jeans, camiseta e jaqueta de couro.
Ao longo de sua carreira, Terence Steven “Steve” McQueen participou de vários filmes interpretando personagens que lhe renderam o apelido “The King of Cool”. Aqui estão cinco filmes de Steve McQueen que eu recomendo para você começar sua aula do que é ser cool.
The Great Escape é o melhor filme de Steve McQueen. O elenco é fantástico, as perseguições de motocicleta incrível e o filme é simplesmente muito divertido e badass.
Perseguição de carro por sete minutos com McQueen sem dublês, no volante. Que carro, que carro. Bullitt tem vários problemas, mas também tem uma cena de carro que virou o padrão-ouro para perseguições em todos os futuros filmes.
A versão americanizada dos Sete Samurais de Akira Kurosowa. O elenco tem vários personagens memoráveis interpretados por Yul Brenner, Eli Wallach, Charles Bronson, Robert Vaughn, James Coburn e Steve McQueen. Um excelente filme de cowboy clássico.
O filme conta a história semi-ficctícia do prisioneiro Henri Charrière. É um drama pseudo auto-biográfico baseado em um preso que foi injustamente acusado. McQueen sofre… ô se sofre.
Baseado no livro escrito por Richard McKenna, The Sand Pebbles conta a história de um engenheiro em um navio de guerra americano. Jake Holman, interpretado por McQueen, faz parte de um batalhão enviado para patrulhar um rio na China durante uma revolução.