A história da cerveja no Brasil vive um momento de ouro: cada vez mais os apreciadores da bebida se interessam sobre seus métodos de produção e as variedades de sabores e aromas que eles geram.
Paixão nacional, a tradicional cervejinha conta com inúmeras variações, que agradam do paladar mais despreocupado ao mais exigente. Seja em casa, com os amigos, no bar ou depois do expediente, ela é sempre uma boa pedida.
A cerveja de baixa fermentação é uma das variantes que mais se popularizou, devido à leveza e ao gosto marcante. Se você se interessa pelo tema e quer entender mais sobre este tipo de fabricação, continue lendo o post!
Existem três etapas dentro da fabricação cervejeira. Em termos resumidos, são elas:
Fermentar o líquido significa transformar os açúcares fermentáveis em CO2 e álcool. Essa transformação é feita por meio das leveduras, que são fungos benéficos utilizados especificamente para esse propósito.
O modo como se fermenta a cerveja e os tipos de lêvedos usados são determinantes para o resultado final. Ou seja, o estilo, o aroma e o gosto estão totalmente relacionados à forma como o procedimento é conduzido.
Portanto, pode-se dizer que a fermentação é a parte mais importante na hora de se fabricar uma cerveja. Afinal, é ela quem define as principais características a serem levadas em conta em uma avaliação, por exemplo.
Cervejas enquadradas nessa categoria são aquelas cuja fermentação ocorre em baixas temperaturas, que variam entre 6ºC e 12ºC. A princípio, os aromas e sabores são neutros e podem realçar ou não as outras matérias-primas acrescentadas. O fermento, nesse caso, tende a ficar uniformemente distribuído no líquido durante o processo.
Uma outra denominação comumente atribuída a essa modalidade de produção é lager. Esse tipo de cerveja geralmente demora entre 6 e 12 dias para ficar pronta e a espécie de lêvedo mais usada para sua produção é o Saccharomyces carlsbergensis. Ela origina alguns estilos famosos, como: Bock, Pilsen, Helles e Dunkel.
Como dito anteriormente, a baixa fermentação não é o único método viável para se fermentar o líquido. Existem, ainda, as seguintes maneiras:
Têm uma aromatização costumeiramente mais complexa, mas isso varia de rótulo para rótulo. Levam de 3 a 9 dias para ficarem prontas. Outra diferença é o fungo utilizado, chamado Saccharomyces cerevisiae, e as temperaturas, que ficam entre 15ºC e 24ºC.
Uma mudança que chama a atenção é a coloração mais escura. As subcategorias mais conhecidas são: Porter, Pale Ale, Weizenbier e Dubel.
Como diz o próprio título, esta metodologia consiste em deixar o malte exposto. Isso permite que o trabalho dos fungos ocorra natural e aleatoriamente. Trata-se de uma tática muito antiga, mas que ainda tem adeptos pelo mundo. Não há controle de temperatura nem inserção manual de micro-organismos.
É uma mescla entre a metodologia alta e a espontânea. Nela, o mestre cervejeiro manipula as leveduras, mas também deixa a natureza fazer um pouco de seu papel.
Há muitas categorias dentro deste gênero de fermentação. Aliás, a maioria das marcas vendidas no varejo brasileiro pertence às variantes American Lager ou Pilsen. Confira, logo abaixo, quais são as características e as propostas de cada rótulo.
É uma categoria que surgiu, originalmente, em uma cidade homônima da República Tcheca. São douradas e têm um brilho intenso. Contam, ainda, com um leve e típico amargor. Também são chamadas de Pilsner.
Seu gosto e perfume, dependendo da marca, remetem ao lúpulo quase que totalmente. Apesar de quase todas as cervejas industriais do Brasil pertencerem a esta família, é preciso ficar atento à quantidade de milho e arroz nos ingredientes. Isso porque eles colaboram para a perda de autenticidade.
Nesse estilo, as cervejas são avermelhadas e conquistam os apreciadores principalmente pela coloração marcante. O corpo é médio e o aroma, maltado. Seu teor alcoólico ultrapassa os 6,3% e ela é uma boa pedida para o clima frio.
A boa formação de espuma e aproximação ao caramelo também são outros traços notáveis. Ela apresenta duas variações relativamente conhecidas: a Heller Bock e Dunkler Bock. A primeira é mais clara, ao passo que a segunda, mais escura.
Também chamada de “cerveja preta”, a schwarzbier é feita com maltes torrados. Assim, seu aroma de torrefação é notável e agrada os paladares que preferem gostos fortes. Não à toa, ela está próxima do café, do chocolate e até mesmo do cacau ainda puro.
Em virtude dessas características tão atípicas, ela combina com refeições que não são associadas à cerveja de uma forma geral, como kebab, presunto cru e cordeiro grelhado.
Embora o título lager seja designado a nomear todas as cervejas de baixa fermentação, ele também remete a um estilo específico, o das americans lagers. As cervejas produzidas no Brasil com o rótulo de pilsen, por exemplo, são muito parecidas com as lagers americanas.
São feitas para o consumo gelado e para serem bebidas em grandes quantidades. Dessa forma, são refrescantes e de baixo teor alcoólico. Há, ainda, a variação lite, que é mais leve e clara.
É bastante escura e doce. Curiosamente, sua produção atual repercute muito mais em território nacional do que na própria Alemanha, sua terra de origem.
Naturais da região alemã da Baviera, as dunkels são muito tradicionais. Têm uma cor escura-avermelhada e o sabor é integralmente maltado.
As cervejas do tipo helles lembram muito a pilsen, tanto na coloração quanto no gosto. Criada em Munique, no ano de 1895, possui baixo amargor.
São as lagers com uma maior presença de lúpulo e malte. Por isso, dispõem de corpo mais destacado e tendem a apresentar uma presença alcoólica elevada em comparação ao padrão lager.
A resposta é sim! Em suma, elas contam com uma alta capacidade de harmonização perante carnes bovinas e aves. Sendo assim, foram rapidamente adotadas como as fieis companheiras de um bom churrasco.
Além disso, uma cerveja de baixa fermentação é leve e rica em sabor, principalmente quando são artesanais e feitas por quem entende do assunto.